2º turno em Salvador
'Não devo obediência ao PT', diz Geddel
Aguirre Talento e Nelson Barros Neto - Folha
Pressionado pela direção nacional do PMDB a apoiar o petista Nelson Pelegrino
no segundo turno da eleição para prefeito de Salvador, o vice-presidente da
Caixa Econômica Federal Geddel Vieira Lima, que comanda o partido na Bahia,
disse que "não deve obediência ao PT".
A situação ocorre porque, embora o PMDB integre a base aliada do governo da
presidente Dilma Rousseff, a seção baiana da sigla rompeu com o governador
Jaques Wagner (PT) no processo eleitoral de 2010, quando Geddel lançou
candidatura própria.
"Sou vice da Caixa do Brasil, não do PT. Não devo obediência ao PT. Faço
política e acordos políticos voltado ao futuro", disse Geddel nesta
segunda-feira (8).
O PMDB passou a alvo cobiçado na eleição após os petistas ficarem
praticamente empatados com o DEM de ACM Neto no primeiro turno da capital
baiana. Ambos tiveram 40% dos votos, com diferença de menos de 6.000 sufrágios a
favor do democrata.
A terceira colocação foi do radialista Mário Kertész (PMDB), que somou 9%.
Mesmo já procurado por PT e DEM, o partido ainda não definiu seu apoio para a
fase final da campanha.
Geddel, que comanda o PMDB no Estado ao lado do irmão, Lúcio Vieira Lima, foi
ministro da Integração Nacional no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, mas vem acenando com apoio a ACM Neto.
"Sou servidor público. Devo lealdade ao governo de coalizão da presidente
Dilma. Mas chega de especulação boba. Quando a posição do PMDB estiver madura,
será anunciada", completou o peemedebista.
Na noite deste domingo (7), após o resultado da apuração, Kertész anunciou
que estava se retirando da vida pública. Ex-prefeito de Salvador por duas vezes
na década de 1980, ele voltou a apresentar programa em sua rádio na manhã desta
segunda (8).
O posicionamento no segundo turno também está indefinido no PRB, que ficou em
quarto lugar na disputa, com Márcio Marinho (6%). Isso porque o partido, ligado
à Igreja Universal, também faz parte da base aliada da presidente Dilma e o seu
presidente estadual, José de Arimateia, afirmou que há uma tendência de ficar
com Pelegrino.
Marinho, porém, prefere esperar mais. Ele foi vice de ACM Neto nas eleições
de 2008. "Em 2010, nós nos aliamos a Dilma, mas 2012 é um outro cenário
político", declarou. Com o fim da campanha, ele retomará o cargo de presidente
do PRB na Bahia.